terça-feira, 27 de setembro de 2022

20ª Primavera dos Livros retorna em outubro

 Evento realizado pela Libre está marcado para 06 a 09 de outubro, nos Jardins do Museu da República, no Rio. Tema dessa edição será as mulheres na política



Após dois anos de recesso por conta da pandemia de covid-19, a Libre - Liga Brasileira de Editoras traz de volta sua Primavera dos Livros aos Jardins do Museu da República (Rua do Catete, 153, Catete - Rio de Janeiro / RJ).

A 20ª edição do evento, marcada entre os dias 06 e 09 de outubro, terá uma programação focada em discutir temas atuais, espaço infantil, contação de histórias para as crianças, além de praça de alimentação.

O tema central da Primavera dos Livros do Rio será as mulheres na política, trazendo para sua pauta uma série de exposições e debates sobre a importância das mulheres nesse cenário de forma ampla. A autora Julia Lopes de Almeida (1862-1934) será a homenageada. Ela é uma das principais autoras brasileiras do século XIX e XX, desbravou um caminho antes dominado por homens e foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Cerca de 100 editoras independentes de todo o Brasil irão expor seus catálogos no evento. A entrada na feira e a programação cultural são gratuitas e há descontos especiais para professores e para estudantes da rede pública de ensino mediante comprovação de vínculo.

A programação completa será divulgada em breve.

Editoras não associadas à Libre e que desejam participar da Primavera podem mandar e-mail para secretaria@libre.org.br.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

LER - Salão Carioca do Livro inicia sua 4ª edição

De volta ao Píer Mauá, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro, o LER – Salão Carioca do Livro inicia a sua 4ª edição na próxima segunda (09).

Esta edição será a maior e mais longa: ocupará os armazéns 3, 4 e 5, do Píer Mauá e o entorno do Porto Maravilha, até o dia 15 de maio. A expectativa da organização é atrair cerca de 200 mil pessoas, a maior parte delas estudantes e professores.

Mais do que um festival, a LER tem ajudado a diversificar ainda mais o alcance da literatura. Nos últimos anos, o evento abriu as portas da maior biblioteca do Estado do Rio de Janeiro, a Biblioteca Parque, contribuiu para as Bibliotecas da Rocinha de Manguinhos e incluiu na sua grade, o Encontro do Educador, que reúne professores de todos os níveis de ensino. Continuando com seu objetivo de estimular a paixão pela leitura, a 4ª edição do evento quer atrair os jovens estudantes à cena literária de forma abrangente e democrática, além de oferecer aos participantes uma programação multicultural.

A LER 2022 terá 30 espaços com atividades contínuas; mais de 500 escritores, autores e artistas; dezenas de editoras e livrarias com milhares de livros; peças, oficinas, atrações e intervenções literárias. Segundo um dos curadores, Julio Silveira – responsável pelo Café do Livro SESC, espaço reservado para bate-papos entre autores com diferentes perspectivas – a LER é mais que um evento. “Vejo a LER como uma grande oportunidade para recuperarmos o que tem sido perdido ultimamente: o diálogo, a troca de ideias, a inspiração mútua”, conta.

LER 2019
LER 2019

Além do Café do Livro, o evento terá o Palco da Palavra, focado no público adolescente; o Vox & Vez, que mistura literatura, música e audiovisual; o Jardim Literário, com curadoria de Volnei Canônica e que foca no público infantil; o Ler em Movimento, focado na diversidade cultural; entre outros espaços.

Na programação, o público terá acesso a oficinas, conversas, saraus, contação de histórias, intervenções poéticas, peças teatrais, exposições, homenagens e bate-papos com autores renomados, entre eles, nomes como Valter Hugo Mãe, Eduardo Bueno, José Eduardo Agualusa, Thalita Rebouças, Luciana Savaget, Thiago Lacerda, Lenine, Vagner Fernandes, Tatiana Salem Levy, Maitê Proença, MV Bill, Xico Sá, Isabela Freitas, Elayne Baeta, Camila Pitanga, Vinicius Terra, Chris Fuscaldo, entre outros.

Encontro LER do Educador

A LER também terá um espaço pensado para professores, diretores, mediadores de leitura e demais profissionais da área de Educação. A programação conta com diferentes autores e profissionais de áreas diversas e multidisciplinar. Com cinco dias de duração e acontecendo simultaneamente à LER – Festival do Leitor, entre os dias 09 e 13 de maio, das 14h às 21h, o Encontro LER do Educador reforça do pilar do livro como instrumento de transformação.

Na programação, nomes como Luciana Savaget, Carla Faour, Rodrigo França, Jonathan Raymundo, Alexandre Cherman e Mona Vilardo.

História da LER

A primeira edição aconteceu em novembro de 2016 e recebeu 84 mil pessoas. A segunda, em 2018, reabriu a Biblioteca Parque Estadual fechada desde 2016. Já a terceira edição aconteceu em novembro de 2019 e recebeu mais de 51 mil estudantes das redes pública e particular, 1.100 escritores, autores, ilustradores e artistas convidados, 750 atividades em 30 palcos e espaços e 125 pequenas editoras, editoras artesanais e livrarias. Ao todo, foram mais de 185 mil pessoas circulando no evento.


https://www.publishnews.com.br/materias/2022/05/03/ler-salao-carioca-do-livro-inicia-sua-4-edicao-na-proxima-semana

terça-feira, 18 de maio de 2021

Grupo de Leitura do Livro Os Deuses Atômicos

Todos os domingos às 19h30 realizamos o estudo do livro Os Deuses Atômicos


Pelo aplicativo Zoom:

Entrar na reunião Zoom

https://us02web.zoom.us/j/81892183676

ID da reunião: 818 9218 3676

Senha de acesso: deuses








"Antes que a falsa aurora aparecesse sobre a Terra, os que sobreviveram ao furacão e à tormenta louvaram o Íntimo; então, apareceram os Mensageiros da Aurora"


quarta-feira, 25 de março de 2020

Correios voltam atrás e restabelecem serviço de envio de livros

PUBLISHNEWS, LEONARDO NETO, 24/03/2020

O envio de Impresso Normal - Registro Módico foi suspenso pelos Correios na última sexta-feira, mas voltou ao portfólio de serviços da estatal nesta terça-feira (24)
Na última sexta-feira (20), os Correios publicaram no seu site algumas medidas em resposta à pandemia de coronavírus. Dentre elas estava a suspensão do serviço de envio Impresso Normal - Registro Módico. O PublishNews tratou deste tema na edição desta terça-feira (24). A informação, além de estar disposta no site da empresa, foi confirmada pela assessoria nacional dos Correios em e-mail enviado à redação às 12h40 desta terça-feira. Às 16h45 deste mesmo dia 24, a assessoria de imprensa enviou novo e-mail informando o restabelecimento do serviço. O Impresso Normal - Registro Módico é o serviço dos Correios pensado especificamente para o envio de livros, revistas, guias, anuários, boletins, catálogos e jornais segmentados. Reafirmando, este produto, que foi suspenso pelos Correios na última sexta-feira, voltou ao portfólio de serviços da estatal nesta terça-feira (24).

sexta-feira, 20 de março de 2020

COVID-19: Manual para Negócios Locais

POSTED ON 20 DE MARÇO DE 2020 BY ADMINISTRADOR HOMA
No Brasil, empreendedores individuais, micro e pequenas empresas foram responsáveis por empregar 730 mil pessoas em 2019. Em torno de 30% do PIB brasileiro é produzido por esses negócios. Sem dúvidas, representam um grande pilar da nossa economia. Como amenizar a gravidade da situação provocada pela pandemia do COVID-19?
1 Faça um bom planejamento financeiro.
Projete o seu fluxo de caixa para os próximos seis meses e analise todos os custos e despesas que estão por vir.
Ao fazer essa análise, você vai descobrir o quanto precisa levantar para atravessar esse momento de crise e se a sua reserva financeira será suficiente.   
2 Elimine, negocie e evite.
Elimine gastos supérfluos.
Negocie aqueles que mais impactam no seu negócio. Se você não conseguir negociar valores, negocie prazos. Inclua nessa negociação, por exemplo, o aluguel do seu espaço, dívidas com fornecedores e bancos.
Evite assumir novos custos ou despesas.
3 Busque novos canais de venda.
O espaço físico do seu negócio é um tipo de canal de vendas que estará muito prejudicado nas próximas semanas…
A boa notícia é que existem diversos outros canais para você viabilizar suas vendas!
Alguns exemplos: telefone, Instagram, Facebook, WhatsApp, ligações de vídeo (principalmente, se o atendimento for um elemento muito importante do seu serviço), plataformas de e-commerce gratuitas, marketplaces como o Mercado Livre, iFood, Uber Eats, Rappi… 
4 Crie novas formas de receita.
Para criar novas formas de receita, você precisa entender qual é a proposta de valor que o seu negócio entrega para os clientes. Tendo isso em mente, seja flexível e use a criatividade para criar novos serviços!
Por exemplo, se você tem um mercado, a sua proposta de valor pode ser ‘manter as casas das pessoas abastecidas’, então, uma assinatura de produtos básicos com preços promocionais atenderia muito bem. 
Ou se você tem um bar, a sua proposta de valor pode ser ‘promover um ambiente de conexão’. Por que não vender growlers de chope artesanal acompanhados de jogos interativos via delivery?
Se você tem um restaurante e o maior valor que você entrega é uma boa experiência, além da comida aos clientes, uma ideia interessante seria enviar os ingredientes do seu prato mais pedido com vídeos ensinando os clientes a fazerem em casa. 
5 Mantenha o foco nos seus clientes.
O que estão sentindo?
O que têm visto e ouvido nos últimos dias?
E o que têm feito? 
Quais são as suas dores?
Quais são os seus medos?
Quais são suas limitações?
O que desejam?
O que a sua empresa pode fazer pelos clientes agora? Faça!
6 Divulgue suas iniciativas em redes sociais.
Nesse momento, os seus clientes estão reclusos em suas casas, portanto, a tendência é que passem mais tempo navegando em redes sociais para se conectarem com o mundo externo.
O Instagram e o Facebook são excelentes ferramentas para você alcançar o seu público-alvo nesse momento. 
7 Diferencie o seu negócio da concorrência.
Aproveite o tempo para entender os pontos fortes e fracos do seu negócio e dos concorrentes, além de estudar as tendências para o seu mercado.
Essa pesquisa será um excelente ponto de partida para você gerar ideias que diferenciam a sua empresa. Depois que gerar as ideias, transforme as melhores em um plano de ações: o período de baixa demanda é perfeito para você implementá-las.
8 Desenvolva-se como empreendedor.
Leia, faça cursos online e estude temas que vão ajudar você a dar um próximo passo na sua carreira como empreendedor.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Convite aos profissionais do livro (ou Como o livro vai combater o Coronavírus?)

PUBLISHNEWS, TALITA CAMARGO*, 19/03/2020
Em artigo para o PublishNews, Talita Camargo dá sugestões de como livreiros, editores e leitores deveriam enfrentar a pandemia
Todas as vezes em que fico um pouco perdida, assustada ou receosa com os rumos do mercado do livro, pergunto a opinião do meu pai. Geralmente a resposta é calma e tranquila, em um tom de quem já viveu muitas crises no setor e sempre vê uma luz no fim do túnel.
Para quem não sabe, meu pai se chama Ivo Camargo e é vendedor de livros há 44 anos. Hoje, somos sócios, mas vejo nele um mentor e respeito sua sabedoria. Por isso, quando a Prefeitura de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (19), a proibição do funcionamento do comércio a partir desta sexta-feira (21), devido à pandemia do coronavírus; recorri aos seus conselhos para pensarmos, junto à minha irmã e também sócia, Carol, em estratégias comerciais e financeiras; pois como distribuidores e gestores de livraria, essa decisão nos afeta diretamente.
Talita (à esquerda), Ivo e Carol, uma dinastia de livreiros preocupada com o futuro do seu negócio | © Divulgação
Talita (à esquerda), Ivo e Carol, uma dinastia de livreiros preocupada com o futuro do seu negócio | © Divulgação
Eis que para a nossa surpresa, meu pai não tinha uma resposta. “Em mais de 40 anos no livro, nunca vi todas as livrarias de São Paulo fecharem as portas e outras tantas estarem ameaçadas. Nunca vivi nada parecido”. Ficamos mudos, encarando o medo de um colapso econômico de uma família que vive e sobrevive do livro há mais de 40 anos.
Nos momentos seguintes, tive uma mini crise de pânico. Como um filme acelerado, comecei a pensar na cadeia do livro como um todo: as livrarias obrigadas a fechar suas portas anunciam o não cumprimento do envio de acertos de consignação e de pagamentos para seus fornecedores; os distribuidores não suportam; os editores quebram, todos os profissionais ficam desempregados e ... bum! O livro acaba.
Ei! Calma!
Respira. Inspira. Não pira.
Consigo, então, trazer o racional à tona: as possibilidades, ainda que nebulosas e com trilha sonora de filme de terror, começam a aparecer. E começo a expor as ideias ao meu pai e irmã, que aos poucos também vão sendo puxados para a realidade e, juntos, esboçamos estratégias viáveis dentro deste cenário de risco completamente imprevisível em todo e qualquer plano de negócios da atualidade.
Entendo que o momento é de cuidado com o próximo e parece insensível tocar no assunto economia quando há pessoas morrendo em hospitais de todo mundo. Mas a crise financeira é a próxima pandemia que vamos enfrentar, justo quando estivermos a ponto de acreditar que estaremos salvos. Não estaremos. Não ainda.
E acredito que, como empresária, é de minha responsabilidade aproveitar o momento de baixa nas vendas e atendimentos parados para, ao invés de maratonar todas as séries de minha preferência durante o home office; pensar no dia de amanhã. Porque é amanhã que os boletos vencem: é amanhã que devemos pagar os fornecedores, colaboradores e prestadores de serviço. E, infelizmente, não podemos deixar para pensar nisso amanhã.
Meu pai, o bom e velho Ivo, é e sempre foi um grande vendedor de livros porque tem o dom da negociação em sua essência. Foi com ele que aprendi que “é conversando é que a gente se entende” e, sejamos francos: não é algo muito difícil de se fazer neste nosso mercado em que todo mundo conhece todo mundo, não é mesmo?
Então, gostaria de convidar a todos os profissionais do livro a pensar estratégias coletivas possíveis, a fim de minimizar os nossos danos. Sim, nossos: ninguém vai escapar ileso, sinto muito informar. Assim, quem sabe, todos consigamos sobreviver à pandemia?
Pensando nisso, começa esboçando algumas ideias, que podem – e devem! – ser melhoradas e complementadas por todos! Vamos a elas:
Aos livreiros, independente do seu porte
Antes de não cumprirem com os pagamentos das duplicatas a vencer, acionem seus fornecedores e façam uma proposta justa de pagamento, para que vocês minimizem suas dívidas e não façam um buraco muito grande no fluxo de caixa de quem também precisa receber.
Além disso, não fiquem parados! Infelizmente, a Nossa Senhora do Livreiro Abandonado não irá resgatá-los, então, resgatem a si mesmos juntos: interajam com seus clientes pelas redes sociais e canais de atendimento, conversem com outros livreiros (na vida real e no mundo virtual), indiquem livros, divulguem as campanhas de incentivo à leitura (#leiaemcasa, #olivroéasuamelhorcompanhia etc.)
Troquem informações entre si e pensem em promoções, alternativas de vendas, divulgação de maneira coletiva (que tal escolher uma lista de títulos e fazer uma promoção em todas as lojas fechadas em SP, por exemplo?)
Vocês sabiam – outro exemplo – que na última sexta-feira (13) foi registrado um pico de vendas de livros infantis na Amazon dos EUA? As crianças estão confinadas em casa: como nós, livreiros, vamos ajudar esses pais e cuidadores nesta difícil tarefa de entreter a criançada? A Harper Children, selo da gigante HarperCollins americana, por exemplo, está disponibilizando conteúdo on-line diário.
E se fizermos clubes de leitura on-line, com a participação de todas as livrarias interessadas?
Ou então um desafio virtual de livreiros? Talita, da Comendador, desafia a Mônica, da Livraria da Tarde, a ler A resistência, de Julian Fuks (Companhia das Letras). Mônica, por sua vez, escolhe um livro e desafia as “Mandarinas”, que podem desafiar alguém da Vila, que desafia o vendedor da Cultura, que desafia outra pessoa da Martins Fontes Paulista, que não deixa a Simples de fora .... e assim seguimos nos divertindo, lendo e indicando livros.
Uma brincadeira entre nós, que divulga os títulos, mostra a cara de nossas equipes, divulga os títulos de nossos fornecedores e incentiva o nosso público a experimentar nossos sabores literários.
Usemos de nossa criatividade e afetividade para trabalharmos juntos!
Aos fornecedores
Estejam abertos às negociações propostas de seus clientes. O momento exige paciência, flexibilidade e bom senso. Lutem por prazos estendidos, parcelamentos adequados e – por favor! – não protestem ninguém antes de tentar uma resolução saudável para todos.
Não deixem os pontos de venda desabastecidos. Sem livro, não há livraria (física ou virtual).
Outro ponto importante: não façam promoções com descontos agressivos em suas lojas on-line: isso só beneficia a você próprio e não ajuda a cadeia de maneira sustentável. Uma dica é direcionar seus clientes aos livreiros e distribuidores parceiros: publiquem os links de venda deles, divulguem seus sites, e-mails e telefones de contato.
Proponham ações em parceria com seus clientes: usem de suas equipes de marketing para traçar estratégias que incluam este livreiro que está de portas fechadas.
E, por favor, não distribuam livros físicos e digitais de maneira gratuita ao público geral. Isso desvaloriza o setor e os nossos profissionais.
Às entidades do livro
Unam-se! É preciso uma intervenção conjunta em caráter de urgência, que lute pelos direitos de nosso setor, em todas as esferas. Quais são as perspectivas governamentais para o nosso setor? Como ficam os impostos como IPTU neste período em que os lojistas foram obrigados a fechar as portas? O que dizem os bancos? Como as grandes redes vão ser capazes de cumprir com seus acordos de recuperação judicial com parte de suas lojas fechadas ao público? Quais as perspectivas? Quais as informações empíricas e estatísticas da crise do coronavírus?
Além disso, escutem os profissionais de nosso setor: suas reclamações, indagações, proposições, ideias. Não dá para ignorar nada. E nem ninguém.
Não é hora de disputa de poder e ego: é momento de ação e de guiar o setor com as melhores alternativas.
Aos colaboradores e prestadores de serviços de toda a cadeira
Sejam resilientes. Não entrem em pânico, sejam compreensivos com seus empregadores (sem ser feito de bobo, é claro!) e, principalmente, não desistam!
Aos leitores
Fiquem em casa, mas comprem livros. Não saiam, mas leiam. Além de ajudar a passar o tempo de confinamento, a leitura traz um conteúdo diferente da overdose de covid-19 da programação televisiva e entretém com qualidade. E não se esqueçam dos livreiros: eles ainda existem, mesmo que a portas fechadas. Busquem os contatos, peçam indicações, façam sugestões.
Mais algumas proposta
Suspensão temporária da lista de mais vendidos, parcerias com veículos de comunicação para divulgar ações promocionais, buscar apoio de booktubers e influenciadores sociais para incentivarem a leitura; entre outros.
Eu nasci no livro e vivi minha vida toda do e pelo livro. Sou e sempre serei eternamente grata.
Hoje, mais do que amante do livro ou filha do Ivo, sou distribuidora e livreira. E é por isso que ainda acredito que temos como sobreviver a mais esta crise, que está apenas no começo, mas que já pede a atenção de todos.
Não podemos ignorar os sinais, pois há ainda há tempo de nos ajudarmos. Sim, no plural. Nós todos. Porque mesmo de luvas, máscaras e muito álcool gel e à distância, esta é a hora de nos unirmos para salvar o livro do Coronavírus.

quarta-feira, 18 de março de 2020

O que está causando o aumento do número de livrarias independentes?

PUBLISHNEWS, MIKE SHATZKIN, 05/02/2020
Em sua coluna, Mike Shatzkin analisa e fenômeno e conclui que, nos EUA, livrarias independentes estão substituindo a parte restante da demanda que costumava ser fornecida pelas grandes redes de lojas
Posman Books, uma das livrarias independentes de Nova York, instalada no Chelsea Market | © Gustavo Guertler
Posman Books, uma das livrarias independentes de Nova York, instalada no Chelsea Market | © Gustavo Guertler
Meu primeiro trabalho de verdade foi em uma livraria, na área de vendas do novíssimo departamento de paperbacks na Brentano, que ficava na 5ª Avenida, em Nova York, no verão de 1962. Adorava aquele lugar; adorava aquele trabalho; e sempre fui apaixonado por livrarias. Mas, deixando de lado o romantismo, a verdade é que os livros são um produto que é melhor comprar on-line do que em uma loja. Por muitas razões.
Primeiro de tudo, você precisa encontrar o que quer. Uma livraria on-line pode oferecer 15 milhões de títulos aproximadamente. Uma livraria física oferece não mais do que 0,5% desse universo (que seriam 75 mil títulos) e a maioria possui muito menos que isso. Quando a Amazon começou, havia mais de meio milhão de títulos possíveis e muitas super livrarias tinham 20% a 30% deles (mais de 100 mil títulos). E mesmo assim, antes que os números tivessem mudado tanto, Jeff Bezos viu que os livros eram o melhor lugar para começar para um varejista de Internet.
Assim, as chances de encontrar qualquer livro em particular em uma loja mudaram de razoável para minúscula. Além disso, os livros são pesados; portanto, se você for a algum lugar depois da livraria, carregar uma compra pode ser incômodo. E quantas vezes você “precisa” do próximo livro agora, em vez de poder esperar por um ou dois dias? (Se você precisar agora, é melhor ter muita sorte no que está procurando e na loja que está indo).
A questão é que a compra de livros, pelo menos para leitura pessoal (livros para presentes e livros com muita ilustração são diferentes, mas representam uma fatia menor do total de vendas) foram transferidas das livrarias físicas para as on-line por razões convincentes, e não há razão para achar que isso não vai continuar. É difícil ver a venda física de livros como um negócio em crescimento.
Mas de fato, nos EUA, o número de livrarias independentes vem crescendo na última década. Esta tem sido uma verdadeira causa de comemoração em muitos setores. As editoras certamente estão felizes por ver alguns pontos adicionais de estoque surgindo.
Por que isso acontece? O professor da Harvard Business School Ryan Raffaelli formulou uma resposta baseando-se em seus "3 Cs": "Comunidade", "Curadoria" e "Convocação". Com isso, ele quer dizer que as livrarias possuem uma função de "comunidade", seus proprietários realizam um serviço de "curadoria" ao selecionar a seleção de livros, e oferecem a oportunidade de pessoas com ideias semelhantes se reunirem em torno de uma busca de informações ou um objetivo. Ele chama tudo isso de "identidade coletiva". E diz para não olharmos para a lucratividade dessas lojas; o fato de estarem crescendo em termos de números, ele acredita, constitui o indicador importante.
Mais alguém vê uma congruência notável entre essa visão das livrarias e a que sempre foi a função das bibliotecas?
Não sou acadêmico e não tenho muito a oferecer, a não ser observações para justificar qualquer análise apresentada. E posso concordar que os "3 Cs" são boas bases para qualquer proprietário de livraria ter em mente na criação de seus negócios. Mas não posso concordar que esta seja a explicação para o número crescente de livrarias.
Meu candidato à “razão mais importante para as livrarias independentes crescerem em número” é um “F”. É "Fechamento". Com isso, quero dizer o “fechamento” da rede Borders em 2009, quase exatamente o ano em que começou o ressurgimento das independentes, rastreado pelo número de lojas ativas.
Quando várias centenas de lojas da Borders fecharam ao mesmo tempo, a redução do espaço nas prateleiras ficou acima da demanda em declínio por livrarias. Mesmo no mercado de livrarias de 2010, reduzido como estava por duas décadas de Amazon e e-books, havia muitas pessoas atendidas pelas Borders que ainda não tinham feito a mudança completa de comprar todos os seus livros on-line. Isso pode ter significado o fim de 30% ou mais do espaço existente nas prateleiras das livrarias. A Borders não representava 30% das lojas, mas todas eram muito grandes.
Assim, as independentes aproveitaram uma oportunidade. Alguém mais esperto do que eu deveria olhar para onde estão as independentes e onde estavam as Borders e aposto que verão uma correlação. Se também pudessem sobrepor as lojas fechadas da Barnes & Noble e as que tiveram seu estoque de livros reduzido drasticamente, provavelmente encontrariam mais exemplos de substituição. Livrarias independentes estão substituindo a parte restante da demanda que costumava ser fornecida pelas grandes redes de lojas.
Provavelmente, também existe um outro fator em jogo - e não é novo - por trás do recente aumento no número de independentes. Para ser consistente, vamos rotular este de "compromisso". Todas essas livrarias independentes são criadas e administradas por empreendedores que, provavelmente, tinham uma carreira fazendo outra coisa antes de começarem sua livraria. Vou adivinhar, sem dados de apoio, que muitos desses proprietários de livrarias poderiam estar ganhando mais dinheiro fazendo outra coisa. Mas as recompensas psíquicas de possuir e administrar uma livraria, incluindo a atração de gerenciar os 3 primeiros "C", são suficientes para atrair pessoas capazes de se comprometer em possuir e administrar uma, em vez de gastar o tempo fazendo algo em que poderiam ganhar mais dinheiro.
Sempre foi verdade que vender livros é um trabalho de amor para muitas pessoas. Atualmente, porém, a rede de varejo de livros depende mais do que anos atrás dessa motivação para manter seu acesso físico aos consumidores de livros.